Remédio de alto custo: Por que a gestão deve ser ainda mais rigorosa?

O orçamento na área da saúde é sempre apertado e precisa ser muito bem administrado. Mas isso não é novidade. Os investimentos em medicamentos e insumos médicos para o atendimento da população em UPAs e hospitais são necessários e, por isso, a perfeita gestão dos recursos é essencial para garantir a compra mais assertiva e customizada de acordo com a demanda, bem como a correta distribuição de acordo com os prazos de validade e uso. Embora esta premissa seja válida para qualquer característica de produto da saúde, não podemos negar que quando se trata de medicamento de alto custo, estes processos devem ainda ser mais rigorosos e monitorados.

O Ministério da Saúde mantém uma lista desses medicamentos de dispensação excepcional, financiadas pelo governo federal, com repasse aos estados e municípios. Esses remédios são normalmente de uso contínuo e utilizados no tratamento de doenças crônicas e raras, ou no tratamento de transplantados, pacientes com câncer, pacientes com transtornos mentais, entre outros. Segundo dados da INTERFARMA, no Brasil, aproximadamente 13 milhões de pessoas sofrem de doenças raras. Isso não é pouco.

Só estão habilitados para receber esses tipos de medicamento de forma gratuita pelo governo os pacientes que possuem a carteira do SUS, por qualquer cidadão pagador de impostos ou seus dependentes. Porém, vê-se na prática desvios e mau uso desses produtos que custam fortunas para cada um de nós e vão parar nas mãos de quem não necessita e deixando os que necessitam à deriva de tratamento essencial para suas vidas.

Em junho do ano passado, os países do Mercosul se uniram para adquirir medicamentos de alto custo com melhores condições. O compromisso foi firmado durante a 37ª Reunião de Ministros da Saúde do Mercosul, em Brasília (DF). Uma medida de extrema importância, mas que precisa ser somada ao investimento em inteligência logística, com garantia de 100% de rastreabilidade e controle de todos os seus processos, para garantir a segurança operacional e financeira de quem nela investe, assim como o cumprimento das necessidades dos pacientes cujas vidas dependem destes medicamentos.

*Mayuli Fonseca, diretora de novos negócios da UniHealth Logística Hospitalar



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